Matheus Pfeifer
/portfólio artístico
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Como um exemplo de crítica à arte que começou com Picasso, a partir dos estudos e apropriação “estilística” das máscaras africanas, culminando no Primitivismo, Belting (2006) avalia que os artistas aproveitaram as formas dos artefatos desses povos, ignorando os significados sociais e ritualísticos, para abstrair um estilo.
Assim, essa mídia visual torna-se vazia do significado original que a produziu, pois para um europeu ela transmitiria um tipo de imagem completamente diferente se estivesse no contexto original. Desse modo, a audiência desse tipo de arte não só foi incapaz de entender o que via como também projetava as suas próprias imagens ocidentais e referências culturais sobre as obras.
Em um mesmo sentido, a série Simulacros também possui uma dinâmica parecida. A partir de estudos de máscaras africanas, gregas, venezianas e de gás, capacetes romanos, germânicos e medievais, produzi novas máscaras que articulassem um esquema visual do antigo com uma roupagem nova. O efeito, aqui, seria o mesmo que o criticado por Belting: esvaziou-se o significado, propósito e contexto original – ou seja, suas imagens – em detrimento de um aspecto apenas estético e formal. Porém, diferentemente das obras de Picasso, a série Simulacros foi pensada e produzida com esse intuito de articular referências históricas com uma estética diferente e de forma descompromissada, a fim de ressaltar essa linguagem. Da mesma forma que os europeus atribuíam significados que condiziam com o contexto que se inseriam, os Simulacros também suscitaram comentários em referência à cultura pop que vive no imaginário dessa audiência contemporânea, o que me levou a pesquisar qual seria a influência do mercado e do capitalismo no imaginário coletivo e qual sua relevância para a produção artística contemporânea.